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Arvore da ciência do bem e do mal

Mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás – Gn 2: 17.

A árvore do conhecimento do bem e do mal estava presente no centro do jardim, representando tanto a possibilidade do bem quanto a do mal. Poderia ser ignorada por um período, mas não sempre. Neste artigo teológico, analisaremos o propósito divino ao colocar essa árvore, aparentemente “perigosa”, no meio daquele jardim perfeito, explorando as lições que podemos extrair além da obediência.

Antes de abordarmos o tema central, é crucial fazer duas observações: Adão possuía capacidade de decisão e escolha. Em segundo lugar, após o pecado, Adão percebeu sua nudez. Dessas observações, podemos inferir que Adão, em seu estado original, era puro, mas não santo. A pureza, nesse contexto, assemelha-se à inocência de uma criança que, embora possa praticar atos considerados “maus”, não é considerada culpada no mesmo sentido que um adulto, devido à sua falta de plena compreensão do bem e do mal (a criança é pura e não santa). A santidade, biblicamente, é a capacidade racional de discernir o pecado e a consequente decisão de não o praticar.

Adão era puro em relação ao fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal até receber a instrução divina a respeito dele. A partir desse momento, ele adquiriu a consciência do certo – não comer o fruto – e do errado – comê-lo. Consequentemente, ele passou a ter a capacidade racional de exercer, ou não, o caráter divino, dependendo de sua obediência ou desobediência. A proposta divina era a santificação de Adão, ou seja, o desenvolvimento e amadurecimento do caráter na capacidade de identificar e escolher o bem conscientemente.

A santidade consiste em assemelhar-se a Deus em caráter. Quanto maior o conhecimento de Deus, maior o referencial de santidade. Deus Se revela estabelecendo parâmetros de obediência para o desenvolvimento do caráter, o que resulta em atitudes e expressões de amor, paz, paciência, retidão, bondade, fidelidade, tolerância e outras virtudes em todos os aspectos da vida. É o caráter divino sendo formado como fruto no espírito humano, visando torná-lo espiritualmente semelhante a Deus. A Bíblia, Palavra de Deus, é a expressão desses parâmetros de obediência. Conhecer a Bíblia como Palavra de Deus é, portanto, conhecer “esses parâmetros”.

O fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal, em si, não possuía nenhum poder. No entanto, a presença da árvore no jardim tinha como propósito o aperfeiçoamente pela obediência – Hb 5: 8, 9. O ser humano não seria moral sem a capacidade racional. A santificação, portanto, é um processo contínuo e progressivo. A árvore representa a consciência, ou seja, o conhecimento da possibilidade de identificar e discernir o certo e o errado, o verdadeiro e o falso, o digno e o indigno. Ela simboliza a Palavra/vontade de Deus, presente na vida de cada ser humano como um parâmetro, seja pelo conhecimento direto das Escrituras, seja pela consciência interior e ninguém passa pela vida indiferente a ela sem as respectivas consequências.

As decisões e escolhas em obediência a Deus frequentemente se mostram desafiadoras, pois confrontam necessidades fundamentais, sonhos, desejos, realizações pessoais e afetivas, entre outros aspectos da vida que podem apresentar princípios morais contrários aos divinos.

No Reino que se manifestará em Cristo, a árvore do conhecimento do bem e do mal não estará presente, pois não será mais necessária. Todos possuirão o caráter perfeito de Cristo. O Reino de Deus não é um regime de tirania ou servidão; seus integrantes são aqueles que O amam e O adoram, e servir a Deus é uma honra. Todos esses atributos de afeição são aperfeiçoados pela obediência.

 

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