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Felicidade

Referência Bíblica

“… Tão somente achei isto: que Deus fez ao homem reto, mas ele buscou muitas invenções. Ec 7: 29.”

Introdução

A felicidade, ou a ideia de felicidade, está geralmente relacionada, direta ou indiretamente, às realizações e conquistas, como profissão e trabalho, família, afetividade e questões sociais. Quando os esforços e a busca não são suficientes para obter o que se deseja, ser ou fazer o que se idealiza e almeja em determinado nível ou tempo, tendem a surgir uma série de consequências psicológicas e emocionais, que podem, em algum momento, ser traduzidas e interpretadas como infelicidade e até sofrimento.

Busca realização e felicidade

Existe um anseio interior no ser humano que nenhuma realização ou condição terrena pode satisfazer plenamente, ainda que todos os sonhos e vontades sejam realizados, pois tudo é temporário e incompleto (Ec 2:1-11). Isso ocorre porque o complemento do homem é Deus. Devido ao pecado, o homem seguiu seu próprio caminho (Is 53:6), perdendo a comunhão com Deus, para a qual foi criado e em quem reside sua verdadeira essência. O homem voltou-se para si mesmo, e Deus, sua referência espiritual, tornou-se subjetivo e distante. O ser humano passou, então, a viver pelo que os olhos veem e as mãos apalpam, pelos sentidos do corpo corrompido, desassociado da espiritualidade divina que o completa. Nesse aspecto carnal, tudo o que se idealiza para alcançar a felicidade é insuficiente. Desde então, os seres humanos têm anseios e vontades que jamais serão plenamente satisfeitos neste mundo, buscando e projetando a felicidade naquilo que se pode ter, ser ou fazer. A busca pela satisfação das mais diversas formas leva a muitas frustrações e, em algumas situações, a grande sofrimento. Deus, por meio de Cristo, restaura a comunhão espiritual capaz de satisfazer os anseios do homem e propõe em si a verdadeira felicidade, pois Ele completa o ser humano. O conceito bíblico de felicidade consiste em contentar-se com o que os dignos esforços conquistam e compreender que mesmo o “melhor” aqui é incompleto e transitório. Em síntese, é como uma pessoa cega que nunca conheceu a luz, que tem uma vida funcional e é feliz dentro de sua realidade, mas não tem a plena noção da felicidade que experimentaria se pudesse ver a luz. A felicidade nunca será plena nesta vida, porque para isso o corpo precisaria ser e estar plenamente satisfeito e isso exclui Deus. A felicidade plena só será alcançada na restauração, na plena comunhão com Deus, quando tudo o que é parcial deixará de existir. Em Deus não há anseio, infelicidade ou falta alguma.

C. S. Lewis

“Havia algo que vislumbramos no primeiro instante de encantamento e que simplesmente desaparece quando o anseio se torna realidade. Acho que todos sabem do que estou falando…” (C. S. Lewis, Cristianismo Puro e Simples, p. 123).

*Homem (ἄνθρωπος, anthropos) é o termo grego bíblico que representa todos os seres humanos.

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