Referência Bíblica
“… E disse-lhe Jesus: Nem eu também te condeno; vai-te, e não peques mais… Jesus encontrou-o no templo, e disse-lhe: Eis que já estás são; não peques mais, para que não te suceda alguma coisa pior. – Jo 5: 14. 8: 11”.
Em pelo menos duas ocasiões, Jesus diz diretamente a indivíduos: “Vai e não peques mais” (João 8:11). Considerando que Jesus não daria uma ordem impossível de ser cumprida – viver sem pecar –, o que ele realmente quis dizer àquelas pessoas? Como o cristão entende e aplica, hoje, a exortação “vai e não peques mais”? O tema central é o pecado. Para melhor compreensão, é essencial entender o conceito de pecado no contexto da Lei e sua relação com o cristão contemporâneo.

O que significa vai e não peques mais
Naquela ocasião, Jesus e os judeus viviam sob a Lei de Moisés. Para o judeu, pecado se resumia a ações ou atos ilegais, ou seja, à transgressão da Lei; o pecado não tinha o mesmo valor moral que tem hoje para o cristão. O cristão não precisa cumprir um conjunto de leis escritas em um livro; a lei para o cristão hoje é a formação do caráter de Cristo no coração, um processo contínuo de aperfeiçoamento e santificação – o próprio caráter de Cristo sendo formado no cristão. Observa-se que o pecado do cristão hoje é eventual, não condicional (Jr 31:33; 1 João 2:1). Quando Jesus disse “Vai e não peques mais”, ele estava dizendo “vai e não transgrida mais a Lei”, o que era perfeitamente possível para o judeu, a ponto de o próprio Jesus, enquanto homem, tê-la cumprido. Deus não daria uma lei impossível de ser cumprida; a deficiência da Lei residia na incapacidade de remover totalmente o pecado do homem. Isso só é possível em Cristo (1 João 2:1), mesmo que tenhamos a consciência de cometer novos pecados, pois a santificação é um processo contínuo no corpo, o qual está sujeito a diversas formas de tentação ao pecado.