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Vinho, odres e roupa novos -Lc 5: 33-39

Referência Bíblica

 “Disseram-lhe, então, eles: Por que jejuam os discípulos de João muitas vezes, e fazem orações, como também os dos fariseus, mas os teus comem e bebem? E ele lhes disse: Podeis vós fazer jejuar os filhos das bodas, enquanto o esposo está com eles? Dias virão, porém, em que o esposo lhes será tirado, e então, naqueles dias, jejuarão. E disse-lhes também uma parábola: Ninguém deita um pedaço de uma roupa nova para a coser em roupa velha, pois romperá a nova e o remendo não condiz com a velha. E ninguém deita vinho novo em odres velhos; de outra sorte o vinho novo romperá os odres, e entornar-se-á o vinho, e os odres se estragarão; mas o vinho novo deve deitar-se em odres novos, e ambos juntamente se conservarão. E ninguém tendo bebido o velho quer logo o novo, porque diz: Melhor é o velho.

Introdução

Durante o ministério de Jesus, a prática do jejum era frequentemente associada a manifestações externas, como alterações na fisionomia, na postura e nas vestes (Mt 6:16).Na cultura judaica da época, o jejum muitas vezes se manifestava publicamente, inclusive por meio de orações. Este artigo analisa os ensinamentos de Jesus sobre o jejum e busca aplicar seus princípios à prática atual.

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A teologia do vinho e odres

Vinho novo é o suco da uva, sem qualquer processamento. A distinção entre ‘vinho novo’ e ‘vinho velho’ reside no processo de fermentação: o ‘vinho velho’ é o vinho fermentado, independentemente do tempo de armazenamento ou da adição de aditivos. Na época, o vinho era fermentado em odres, recipientes feitos de pele de animais. Os odres novos, feitos de couro, eram usados para a fermentação, pois sua elasticidade permitia a expansão decorrente das reações químicas desse processo. Odres velhos, por outro lado, já não possuíam essa elasticidade e se romperiam com a pressão dos gases da fermentação. Em Lucas 5:37, Jesus usa essa analogia para ilustrar a incompatibilidade entre o seu novo ensinamento e as velhas tradições religiosas, mostrando a necessidade de uma nova mentalidade para receber o Evangelho.

Vinho, odre e roupa em aplicação à Igreja

Quando questionado sobre a razão pela qual seus discípulos não jejuavam, diferentemente dos de João e dos fariseus, Jesus responde com uma pergunta retórica e, em seguida, utiliza uma parábola para explicar a mudança de contexto que justificaria o jejum no futuro.

A resposta de Jesus é de fácil compreensão. O noivo (Jesus) seria retirado, iria para o Pai. Durante o período de sua ausência, após a ascensão ao céu, a Igreja, representada pelos discípulos (os filhos das bodas), jejuaria. Ou seja, a prática do jejum está relacionada à ausência do noivo (Jesus). Esta é a resposta de Jesus do porquê naquele momento o jejum era dispensável. A parábola esclarece as circunstâncias futuras em que o jejum se tornaria necessário para a Igreja. Ele explica como sua ausência seria suprida e destaca a necessidade, a importância e a contribuição do jejum nessa nova dimensão do relacionamento, utilizando as figuras da roupa nova e da roupa velha, do vinho novo e dos odres novos. A roupa nova é a nova identidade espiritual (nova criatura), porque para a roupa velha (corpo), criatura carnal, não há restauração ou “remendo”. O vinho novo representa a ação transformadora do Espírito Santo, moldando o interior da nova criatura e promovendo um novo modo de viver. Os odres novos representam as novas criaturas espirituais, que manifestam a ação do Espírito Santo (o vinho novo), promovendo transformação no modo de pensar, agir e viver, e resultando em santificação. Ao ascender ao Pai, Jesus envia o Espírito Santo, que o representaria e manteria sua presença entre os discípulos. O relacionamento antes físico passa a ser espiritual, o jejum contribui e propicia um nível de espiritualidade para a comunhão, e surge como uma necessidade espiritual. A menção de que o vinho velho é melhor (Lucas 5:39) pode ser interpretada como uma advertência contra o retorno à velha vida, à “carne”. A plenitude do Espírito Santo afasta esse desejo, enquanto a ausência do Espírito Santo pode levar a essa regressão.

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